Tudo começa com uma ideia.
Estava eu em minha mais completa ociosidade quando tive a ideia maluca de ir de Mountain Bike até a cidade Indianópolis, eu nunca havia feito esse trajeto, e diante de tal desafio resolvi contar para meu amigo Guilherme (grilo), de cara ele já disse: vou com você, quando vai ser?
Tai uma coisa que eu não havia pensado ainda …
Ué, vamos no feriado do dia do trabalho.
Como ideias nunca morrem no anonimato, divulgamos no facebook nossa façanha.
De cara nosso amigo Vilmar (Gaúcho) já disse : vocês sabem que daqui até lá tem 125 Km.
Eu disse: claro!!! ( claro que eu nem imaginava , pra mim era mais perto).
Diante de minha afirmativa insólita , meu nobre amigo Gaúcho disse:
To dentro! Vou também.
Em menos de uma semana eu já havia arrebanhado 08 amigos para minha empreitada maluca, é maluca mesmo, pois não foi um nem dois amigos que me disseram que a balsa que faz a travessia para a outra margem do rio estava estragada.
Ora bolas será que esse pequeno contratempo que era a falta de transporte para a travessia iria estragar nosso pedal?
Resolvi então contar para os amigos que talvez, provavelmente, quase certamente nosso pedal nao aconteceria por conta do detalhe da balsa.
Mas como quem tem amigo tem o mundo, todos disseram unanimemente:
Se não der pra atravessar a gente volta pelo mesmo caminho.
Depois dessa acho que mais nada poderia atrapalhar nossa aventura.
Segunda feira 30 de Abril, olho pela janela do meu apartamento e vejo o céu pintado de vermelho, é , vermelho mesmo, só faltava essa, a temperatura despencou, os jornais diziam que fariam 10 graus em Uberlândia. Poxa, aí não, a preguiça começou a me dominar, resolvi mandar uma ultima mensagem aos companheiros de plantão.
E ai gente? Vamos pedalar no frio mesmo?
Os amigos foram unanimes novamente:
Só não vamos se estiver chovendo forte.
1º de maio, toca o despertador…
Meu Deus, que frio, 06 horas da manhã, só faltou cair neve, vesti a roupa peguei a bike e fui para o ponto de encontro, enquanto pedalava eu pensava: Sera que vai aparecer alguém? Se eu for o único a ir para o pronto de encontrar nesse frio eu mato os caras. Já de cara encontro o gaúcho, bom pelo menos eu não era o único maluco a acordar naquele frio pra pedalar.
Pouco a pouco foram chegando os amigos, mas um em especial me intrigava, é , um amigo que me deixou em duvida, pensei comigo: Meu amigo CARLOS MENEZES ,será que ele vai sair do quentinho dos cobertores em casa para acompanhar esse bando de malucos? Malucos mesmo , porque ninguém em seu juízo perfeito sairia de casa aquela hora , naquele frio pra andar mais de 100 km de bike.
Mas como sempre tenho a boca grande , queimei a língua como diz o linguajar popular.
Eis que aparece nosso amigo , o homem do BIKE FIT o Sr CARLOS MENEZES, jamais duvidarei dele novamente.
Quando a gente pensa que não pode existir gente mais maluca, aparece nosso amigo Andre, de carro.
O que tem ele estar de carro?
De carro nada , se não fosse o fato de ele ter acordado a esposa e tirado ela das cobertas e feito ela levar ele no ponto de encontro.
Eu já vi muito divorcio e muito homicido acontecer por muito menos que isso. É isso ai meus caros amigos leitorres, os nove amigos , Helizelton , Guilherme grillo, Vilmar gaúcho, Lucas, Tarcisio, Ariel, Jean, Andre e Carlos Menezes saíram em destino a cidade de indianópolis.
Começamos bem cedo passando pela conhecida trilha do sucupira, que diga-se de passagem estava um frio que só, contudo a paisagem era exuberante. São poucos os privilegiados que podem ver lugares tão belos quanto os que nós vimos.
Em meio a euforia e a descontração um pensamento não saia da minha cabeça: como é que nós faríamos para atravessar o rio, já que muitos de nossos amigos disseram que a balsa que faz a travessia e estava estragada, mas como os amigos disseram: se não der certo a gente volta pelo mesmo caminho.
Melhor que a própria pedalada eram os assuntos que rolavam em seu decorrer, as piadas contadas por nosso amigo gaúcho eram celebres, pois são poucos os gaúchos que sabem piadas deles mesmos.
Apos mais de cinquenta quilômetros percorridos chegamos enfim ao rio.
E como era de se esperar, a bendita balsa estava lá do outro lado do rio, inerte, fria e despertando as mais absurdas ideias, tais como a do nosso amigo Ariel Pires, que disse que iria atravessar o rio a nado e conseguir um barco pra buscar a gente.
Se não fosse trágico seria cômico. Nessa hora começaram as apostas, muitos diziam que dariam 50 reais para que ele cumprisse tal façanha, eu um descrente convicto já ofereci meu celular, mas todos foram unanimes quando disseram que ficaríamos com a bike dele caso ele morresse na travessia, o que seria certo.
Enquanto estávamos a rolar de rir com a ideia do Ariel começamos a escutar um griteiro, coisa tipo assim: ow nãnã gruuuu grrr…, não há como descrever os som mais esdrúxulos que estávamos ouvindo, quando olhamos para o lado , era o nosso amigo gaúcho gritando como um louco nas margens do rio.
Perguntamos na hora o porque daquela gritaria e o porque da fala desconexa.
Ele disse que queria chamar a atenção de alguém na outra margem do rio, e o fato da fala desconexa era indiferente, pois naquela distância ninguém ia entender mesmo o que ele estava dizendo.
Mais uma vez quase choramos de tanto rir daquela maluquice
Rir sempre é o melhor remédio, haja vista que até aquele momento, precisamente 11:50 hs , não havíamos passado nem perto de arranjar transporte para a nossa travessia.
Foi então que tive a ideia de ligar para um amigo meu que é policial e trabalha na cidade de Indianópolis, pode ser que ele arranjasse algum amigo que possuísse um barco para nos ajudar. Liguei primeiro em Araguari, pois não tinha o celular dele, de araguari me passaram o telefone do posto policial de Indianópolis,
do posto Policial me passaram o celular do meu amigo.
Alguém deve estar se perguntando: se era seu amigo porque você não tem o numero dele?
Porque com esse negócio de plano de celular, eu nunca vi um povo mudar de número e de operadora como os tais dos policiais.
Mas voltando a nossa saga…
Infelizmente não conseguimos ajuda em Indianópolis, diante disso ligamos em Uberlândia para o nosso amigo Beto Gussoni para ver se ele sabia de alguém que nos ajudasse, haja vista que, ele o Fabinho e alguns amigos fizeram o mesmo trajeto e pelas fotos que vimos eles arrumaram um barco para ajuda-los.
Apos a ligação a noticia desanimadora: eles haviam marcado uma confraternização no dia e no valor do rateio ja estava incluso o transporte marítimo, ou seja , fizeram o que nos deveríamos ter feito, arrumado antecipadamente um barco.
Novamente estávamos na estaca zero…
O que fazer? Quem chamar?
O desespero e o desânimo assolava os nove amigos