Como funciona um pós-atropelamento

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 Conheça a história de Rodrigo Hart Fagundes que mesmo estando pilotando de acordo com o Código Nacional de Trânsito foi surpeendido por um veículo desatento e se não fosse pelo capacete, não nos contaria essa história.

Após 3 dias do meu atropelamento, consegui juntar as principais partes do quebra-cabeças. Aqui vão elas:

Como foi o acidente:

Eu pedalava na Av. Cavalhada, sentido Ipanema, em uma velocidade aproximada de 35/40 km/h, sendo acompanhado por um Gol Branco e ao lado de um ônibus de linha, quando ao passar pela sinaleira da Cel Massot, que não cruza a via, mas tem sinaleira que regula o ingresso, estando esta favorável, percebi a aproximação de um veículo em alta velocidade, que me colheu por trás.
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O condutor deste passou o sinal fechado, beteu na lateral do gol, ultrapassando-o pela direita e me colheu. O motorista disse não me ver, apesar da sinaleira e das roupas claras.

Fui socorrido pela proprietária de uma padaria, que acionou a SAMU, que para a minha sorte, tem sede no referido cruzamento onde o motorista passou o sinal fechado. A EPTC veio depois e não fez a ocorrência, pois tendo vítimas, a responsabilidade era da brigada. Meu acidente foi antes das 19:00, mas a brigada chegou por volta de 19:40.

Deixei meu telefone com a moça da padaria e na ambulância, uma senhora me liga, pedindo meu estado, pois ela teria sido testeunha do acidente e alega ter pego meu telefone em contato com a dona da padaria.

Mais tarde, sou procurado pelo motorista do gol, que relatou a maior parte desses acontecimentos e foi a pessoa que de fato se ofereceu como minha testemunha, caso preciso. E ambos lembramos de ter passado com sinal verde.

Segunda, liguei para o telefone da “testemunha” (a senhora que me ligou) e a pessoa que me atende diz que lá não mora ninguém com seu nome, mas quando falo do meu acidente, a pessoa, após exitar, se diz sendo o motorista do fiesta que me atropelou e confessa que a “testemunha” era sua esposa.

Pelo que consta (relato de pessoas que estavam lá quando fui atropelado, portanto, não posso provar), ela estava em casa no momento do acidente e foi chamada ao local, para ser “testemunha” do ocorrido. Houve quem suspeitasse de uma possível embriaguês do mesmo. A brigada e a EPTC não fizeram bafômetro, pelo que sei.

Os carros foram periciados e a bike e o fiesta ficaram retidos.

Fui liberado do HPS e encaminhado para uma clínica do SUS, onde recebi 15 dias de atestado (depois, seguro) e colocaram gesso.

O motorista que me atropelou disse que se resposabilizará pela bicicleta e demais despesas médicas (vamos ver se assim vai ser) e eu tenho seis meses para representar criminalmente contra ele.

Ontem, estive no palácio da polícia, onde a burocracia foi grande (2 horas), andei em 4 salas, onde descobri que meu nome estava errado na ocorrência, tinha que retificar e andei umas 4 vezes entre dois prédios, atrás de carimbos e assinaturas, onde o pessoal navegava na internet, falava ao celular em meio ao atendimento...

Final da tarde, consegui retirar a bike do depósito, com a roda traseira muito torta e pequenos danos que terei que avaliar ainda.

O capacete, pelo que eu pensava, tinha soltado, pois levei 5 pontos na cabeça. Não soltou, mas rachou em 3 partes (ficaram presas, mas rachadas e muito amassadas) e tem muito sangue dentro. Creio que ele causou a lesão que levou pontos, mas foi muito superficial, mas segurou o impacto contra o solo. Sem ele, certamente, não teria sobrevivido.

Pelo local da queda, fui colhido a cerca de 50 metros do cruzamento e jogado há mais de 15 metros, caindo de lado. Milagrosamente, fora os pontos, algumas escoriações muito leves e a clavícula, não sofri nada. Testemunhas dizem que levantei e tentei deixar o local, mas fui contido. Não me recordo de nada.

Agora, é fazer os 3 orçamentos e providenciar a cobrança deste e das despesas médicas em função do acidente. Estou com gesso e a lesão dói, não muito intensamente, mas de forma incômoda. No mais, posso dizer que pelas circunstâncias, tive muita sorte!

Saudações
Rodrigo

Data original da publicação: 20/04/2009

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